sexta-feira, 29 de agosto de 2008

–“Deve-se, antes de tudo, servir à Pátria, qualquer que seja seu governo”.

Neste ano comemoramos 200 anos do nascimento daquele que foi um dos maiores militares do Exército Brasileiro de todos os tempos. Como forma de agradecimento e homenagem, neste ano, festas, exposições e diversos outros eventos foram (e ainda serão) realizados.
E aproveitando a oportunidade, um dos temas do Trabalho Interdisciplinar deste ano foi sobre o bicentenário do Patrono da Cavalaria.
Através do blog, a equipe do Grupo 02 pode possibilitar, não só que alunos e professores do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA), mas que também pessoas de todo o país, possam ter acesso a informações sobre a vida daquele que mudou a história de sua pátria. Através da internet, tivemos acesso a uma infinidade de recursos, e pudemos expor o trabalho de forma mais dinâmica e organizada.
Iniciamos as pesquisas com uma visão geral da vida de Osorio, e em seguida o grupo focou em assuntos que pudessem fazer do trabalho ainda mais interessante. As façanhas de Osorio que o fizeram ser conhecido como o lendário, suas estratégias de guerra que surpreenderam a todos, sua coragem que o fez conhecido e homenageado como Patrono da Cavalaria.
Grande militar e um grande cidadão, serviu de exemplo a todos. Além disso, é um exemplo a ser seguido por todos até nos dias atuais; sua lealdade à pátria e seu povo foi um grande ensinamento para o grupo.
Seus poemas, as famosas frases, os episódios relatados nos livros, transparecem a personalidade de um homem que, acima de tudo, era um ser humano como todos. E mais, as homenagens que por ele recebidas, as medalhas, os títulos nobiliárquicos, os monumentos, os parques e as inúmeras obras literárias a seu respeito apontam a sua importância para a pátria.
Como forma de complementar as postagens, decidiu-se fazer uma pequena entrevista ao Major Daniel, para que os leitores possam ter uma visão não só do grupo, mas também de uma pessoa especialista na área.
E, hoje, encerramos este Trabalho Interdisciplinar, que durante dois meses nos proporcionou conhecer a vida de Manuel Luis Osorio . Tomamos conhecimento de como organizar um blog, além de ter-se tido um aprimoramento do trabalho em grupo. Aos que acompanharam o blog, esperamos que possam ter tido um enriquecimento de conhecimentos, assim como nós o pudemos fazer.
E por fim, agradecemos aos orientadores pelos auxilios!

Grupo 02- tibicentenarioosorio.

Entrevista ao Major Daniel

No dia 16 de agosto, a equipe do blog tibicentenarioosorio, com o auxílio da Tentente Alice, fez uma entrevista com o Major Daniel, professor de História do CMPA. Com o intuito de encrementar ainda mais o nosso blog, elaboramos perguntas acerca da opinião e do ponto de vista, a respeito de Osorio, do professor.

Episódios

Alguns episódios da vida de Osorio transparcem sua humilde e forte personalidade, certamente decisivas para tornar-se um dos maiores militares da história do Exército Brasleiro.

  • -"No Paraguai, seus oficiais, para obsequiá-lo, no dia do seu aniversário, prepararam um almoço melhorado. Entre os convidados achou-se o Dr. Arsênio, médico e bom poeta, o qual recitou à sobremesa poesias suas.
    Osório brindou-o e concluiu com os seguintes versos:

    "Pela Pátria em pátria alheia
    Sofrendo a dor da saudade,
    É desta dor lenitivo
    Dos amigos a amizade."

  • -"Uma moça perguntou a Osório no que consistia o segredo de sua bravura, ao que o General respondeu:
    - Eu fui valente por medo.
    - Medo?
    - Sim, tinha medo de que minhas patrícias bonitas não me recebessem bem, se eu me portasse mal nas batalhas."

  • -"Osório tinha poucos dias de Ministro quando um oficial do Exército lhe foi fazer um pedido, dizendo-lhe que tudo ia mal:
    -Sim, vai tudo mal, não há dúvida, vai tudo tão mal que já me agarraram para Ministro."

  • "Os Ministros aguardavam na sala de despachos, em pé, horas a fio. Osório foi a despacho, quando feito Ministro da Guerra em 1878. Não suportando isto, retirou-se antes de começar o despacho, declarando que lá não voltaria enquanto não lhe dessem comodidades a que tinha direito, como enfermo e pela posição que ocupava."

  • "Certa vez, tendo escurecido, o Imperador mandou chamar um criado para acender os candelabros a vela. Este demorou muito.Osório levantou-se, puxou do bolso uma caixa de fósforos e foi calmamente acender as velas."

  • "Um dos membros do Ministério Sinimbu, no qual Osório superintendia a pasta da guerra, sempre que se levantava em debate uma questão que exigia cada qual assumisse suas responsabilidades, ausentava-se da sala de despachos. Fugia.
    Belo dia o Imperador notou o fato e trocou um olhar de soslaio com Osório. A resposta não se fez esperar, não num simples olhar, mas em voz alta:
    - Na Guerra do Paraguai tive uma besta tão esperta que disparava sempre que ouvia tocar a encilhar...Foi-se por terra a esperteza do hábil político..."

  • "Um dia, em Conselho, ele apresentou à assinatura do Imperador um decreto promovendo certo Capitão a Major.
    - O Senhor conhece bem este oficial? - perguntou-lhe o Monarca.
    - Se o não conhecesse não proporia a sua promoção: é um oficial distintíssimo e tem todo direito ao quarto galão.
    - Pois sim, mas... deixemos este decreto para o despacho seguinte.
    No despacho seguinte reproduziu-se a mesma cena. O Imperador adiou a promoção, e a mesma coisa no outro, e em mais outro despacho, fazendo o Imperador a Osório sempre a mesma pergunta:
    -O Senhor conhece bem este oficial?
    No quinto despacho, Osório, impacientando-se, perguntou-lhe a seu turno se ele conhecia o tal Capitão.
    - Nada sei que o desabone, acrescentou o Ministro, mas pode ser que V.M. tenha sabido coisas que não vieram a meu conhecimento.
    O Imperador, como de costume, coçou o queixo com o lápis fatídico e mastigou:
    - Estou informado... sim... de que esse oficial... gosta muito...
    - Do que?
    - De... mulheres...
    - Oh! E é pro isso que V.M. não o quer promover? Nesse caso, Imperial Senhor, eu, que sou Marechal do Exército, não deveria ser nem um simples anspeçada!
    O Imperador ficou vermelho como um lacre, e assinou a promoção."
Fonte: Osório - Síntese de Seu Perfil Histórico (J.B. Magalhães)

Brasão de Osório

Um Brasão de Armas é um desenho especificamente criado para identificar uma familia, um indivíduo e até mesmo uma cidade.
O Brasão de Osorio, desenhado por Luís Aleixo Boulanger, representa sua brilhante vida militar, e a Carta do Brasão foi concedida no dia 12 de outubro de 1870, por decreto do Imperador Dom Pedro II.

Descrição:
  • O campo vermelho em que se encontra o Leopardo segurando uma espada de ouro, representando sua coragem;
  • O campo azul, o ''chefe'', com 3 estrelas de ouro;
  • Coroa de Marquês;
  • Paquife ( figuras das folhagens) de cores e metais do escudo.

    Brasão

A Carta do Brasão foi escrita à Dom Pedro II por Manuel dos Santos Carramena. Nela, o Principal Rei d'Armas descreve os audaciosos feitos de Osorio, pedindo concentimento do Imperador para homenageá-lo, e completando ainda que "[...]e delas poderá usar, gozar em tudo e por tudo, quer em tempo de paz, quer em tempo de guerra, e bem assim as poderá trazer em seus firmais, anéis, sinetes e divisas; pó-las em suas casas, capelas e mais edifícios, e, finalmente deixa-las sobre sua própria sepultura;" .



Transição da Carta do Brasão do Marquês do Herval (12 de outubro de 1870):

"DOM PEDRO
por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil: Faço saber aos que esta Minha Carta de Brasão de Armas de Nobreza e Fidalguia virem, que Atendendo ao que lhe representou Manuel Luís Osorio, Marquês do Erval por Decreto de vinte e nove de Dezembro de mil oitocentos e sessenta e nove, Tenente General, ex-Comandante do primeiro Corpo do Exército em operações na campanha do Paraguai, Grã-Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro, e da de Cristo, Comendador das Ordens de S. Bento de Avis e da Rosa, Condecorado com as Medalhas de ouro da Batalha de Monte Caseros, de Paissandu e a de Mérito, que desejando guardar a memória de seus honrosos Títulos, vinha pedir Me que lhe Concedesse o uso de um Brasão do Armas, cujo modelo Me apresentou, iluminado com cores e metais, e, Anuindo Eu a sua petição, Hei por bem Outorgar-lhe o uso das mencionadas Armas e Mando ao Meu Principal Rei de Armas, segundo o sobredito modelo, ficando lançados no Livro de Registro delas, para serem transmitidas aos seus vindouros, quando o requererem e lhes for por Min novamente concedidas e são, a saber: Em campo de Goles um Leopardo de prata, arremessando-se, tendo na garra dextra uma espada de ouro. Chefe de azul com três estrelas de ouro. Coroa de Marquês; Paquife das cores e metais do escudo. O qual Escudo e Armas poderá trazer tão somente o dito Marquês do Erval, e delas poderá usar, gozar em tudo e por tudo, quer em tempo de paz, quer em tempo de guerra, e bem assim as poderá trazer em seus firmais, anéis, sinetes e divisas; pó-las em suas casas, capelas e mais edifícios, e, finalmente deixa-las sobre sua própria sepultura; pelo que Quero e Sou Servido que haja ele e seus descendentes, todas as honras, privilégios, isenções, liberdades, graças, mercês e franquezas, que devem ter os Fidalgos e Nobres; Nunca podendo os seus sucessores usar deste Brasão, sem que a cada um deles seja novamente por Mim Confirmado. Mando, aos Meus Ministros, Desembargadores, Auditores, Promotores, juízes de Direito do Civil e Crime, e a todas as mais Autoridades Judiciárias do Império e com especialidade aos Meus Reis d’Armas Arautos e Passavantes e a quaisquer outros Oficiais e mais Pessoas, a quem esta Minha Carta for mostrada e o conhecimento dela pertencer, que em tudo lha cumpram e guardem e a façam inteiramente cumprir e guardar, como nela se contém, sem dúvida ou embargo que nela se queira por, visto ser assim Minha Mercê.
O Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, o Mandou por aviso do Ministério do Império datado de onze do corrente mês, a Manuel dos Santos Carramena, Seu Principal Rei d’Armas. Luís Aleixo Boulanger, Escrivão dos Brasões e Armas da nobreza e Fidalguia deste Império, a fez escrever nesta muito Leal e Heróica Corte e Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro aos onze dias do mês de Outubro do Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e setenta e eu Luis Aleixo Boulanger a fiz escrever e subscrevi.


Manuel dos Santos Carramena
Principal Rei d’Armas.
"

Fonte: Osorio/Coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarribia. - Porto Alegre: Nova Prova,2008.

As Bombachas

As bombachas são, hoje, um traje símbolo do gaúcho. Uma das teorias sobre seu surgimento é a de que derivam do fardamento utilizado pelos "zuavos", nome dado a tropas de infantaria do exército francês a partir do ano de 1830.
As tropas turcas, durante a Guerra da Criméia contra os russos, fizeram uso deste fardamento e as sobras acabaram sendo vendidas aos exércitos americanos ( do Brasil, da Argentina, Uruguai...).

No Brasil, os batalhões baianos, dissolvidos por Osorio em 1866, eram compostos pelos chamados Voluntários da Pátria, faziam o uso da roupa turca que acabaram ficando pelo Rio Grande do Sul. No início, a bombacha era usada principalmente pelos trabalhadores das estâncias (estabelecimento rural destinado especialmente à criação de gado bovino), mas, devido à sua praticidade, logo se tornou uma veste popular entre civis e militares, como Osorio.


Os soldados gaúchos usaram-na, durante a batalha da Tríplice Aliança nas cores vermelho, branca ou preta e juntamente com chapéus pretos, capotão preto e lenço quadriculado, adequando-se à moda gaúcha.
Fontes:
1. Wikipédia, http://es.wikipedia.org/wiki/Zuavo, acessado em 29 de Agosto de 2008.
2.Osorio/Coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarribia. - Porto Alegre: Nova Prova,2008.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A Festa da Cavalaria

Todos os anos, no mês de maio, acontece a Festa da Cavalaria no Parque Osorio, em Tramandaí.
As comemorações à arma da Cavalaria e ao seu Patrono, Osorio, são grandes festas, onde militares, civis e suas famílias se encontram para assistirem à uma série de apresentações, com helicótperos, canhões, tanques e também a famosa Carga da Cavalaria.
Como em todos os outros anos, em 2008 não foi diferente. Porém, no dia 10 de maio deste ano, a festa foi ainda mais especial, já que foi comemorado o bicentenário de Osorio. No evento, estiveram presentes cerca de 5 mil expectadores, que puderam presenciar saltos livres de pára-quedistas, além de demonstrações da vida de Osorio. Para completar, carros de combate, helicópteros, viaturas blindadas, jipes, pickups e aeronaves fizeram o evento ainda mais emocionante.
A apresentação de Carga de Cavalaria, que desta vez contou com aproximadamente 500 militares e 200 cavalos, do carrossel (espécie de torneio de cavaleiros, com exercícios de bravura, evoluções etc.) e demonstrações de equitação e adestramento, foram os destaques da comemoração. E além disso, houve a participação dos alunos do Grêmio da Cavalaria do CMPA, que juntos a outros cavaleiros participaram da escolta do sabre, da lança de guerra e lança de honra de Osorio.
Abaixo, algumas fotos encontradas no site da Fundação Osorio e do CMPA.








Vídeo da apresentação da Carga de Cavalaria.




Participação do Grêmio da Cavalaria na apresentação.

O Exército na Época de Osorio

O Exército Brasileiro se apresenta, hoje, de forma diferente daquele na época em que viveu Osorio. Analizando de forma geral, muita coisa permanece do mesmo modo. Porém, ao longo de 200 anos, as circunstâncias e a época fizeram com que muita coisa mudasse, assim com os uniformes, os postos e graduações, algumas tropas e os armamentos utilizados.

A Hierarquia

Em 1825, estabeleceu-se a seguinte escala hierárquica para o Exército:

  1. Oficiais
  • Alferes (Aspirante-a-Oficial)
  • Tenente
  • Capitão
  • Major (anteriormetne era Sargento-Mor)
  • Tenente-Coronel
  • Coronel (anteriormente Mestre de Campo)
  • Brigadeiro (hoje General de Brigada)
  • Marechal-de-Campo (hoje General de Divisão)
  • Tenente-General (hoje General de Exército)
  • Marechal
  1. Praças
  • Praça da pré (soldado)
  • Anspeçada
  • Cabo de Esquadra
  • 3º Sargento (na Infantaria e na Artilharia). Na Cavalaria chamava-se Furriel.
  • 2º Sargento (na Banda de Música, Trombeta-Mor ou Tambor-Mor)
  • 1º Sargento
  • Não havia subtenente.

Organização do Exército

As tropas do Exército foram numeradas por arma a partir de 1824. Na Cavalaria, os Quatro Esquadrões de Cavalaria da Legião de São Paulo passaram a ser o 3º Regimento; o Esquadrão da Província de S.Pedro tornaram-se o 4º Regimento de Cavalaria; os Dragões de Rio Pardo passaram a ser o 5º Regimento de Cavalaria; os Dragões de Montevidéu passaram a ser o 6º Regimento e os Dragões da União o 7º.


As Cores dos Uniformes

A partir de 1852, cada regimento de cavalaria possuía suas próprias cores para o punho das túnicas, para a carcela (tira de pano vertical, com botões, no punho) e para a gola.

  • 1º Regimento: punho vermelho, carcela azul;

  • 2º Regimento: punho vermelho, sem carcela;

  • 3º Regimento: punho azul, com carcela vermelha;

  • 4º Regimento: punho azul, sem carcela.

Além disso, toda a cavalaria possuiá vivos brancos e golas vermelhas, calças com duas listras vermelhas. e ainda boé de pano, boné de couro preto ou envernizado (somente para o 1º Regimento).O 4º Regimento de Cavalaria utilizava gorro vermelho, redondo, sem pala, com pano redondo caído a esquerda. O 5º Regimento de Cavalaria passou a usar a mesma cobertura do 4º Regimento em 1858, quando a cavalaria ficou com apenas uma listra vermelha nas calças. De 1815 a 1865 dispensou-se a cavalaria de usar botas.

As Túnicas Abertas:

No período da Guera da Triplíce Aliança, os oficiais andavam habitualmente com as túnicas abertas a partir do 1º ou 3º botão, deixando aparecer os coletes brancos ou azuis, peças regulamentares. Além disso, costumava-se usar colarinhos de couro preto. Ao lado, Osorio como Tenente-General utlizando a túnica aberta.




Armamentos

Seguem na lista abaixo alguns dos armamentos usados duante a Guerra da Tríplice Aliança.

Portáteis:

  1. Fuzil para a Infantaria de Fuzileiros.

  2. Carabina para a Infantaria de Caçadores.

  3. clavina, pistola e lança para a Cavalaria.

  4. Mosquetão para os Artilheiros e Engenheiros.

  5. Revólver para a defesa pessoal dos Oficiais.


Artilharia:

A Artilharia de Campanha era constituída por bocas de fogo de bronze do sistema La Hitte, de tres calibres. Na munição constavam granadas, "schrapnéis", "lanternetas". O alcance era de aproximadamente 2.000 metros para a boca de fogo 4, de montanha; 3.000 metros para a boca de fogo 4, de campanha, e 4.100 metros para a boca de fogo 12, de campanha. Além de serem comprados da França e Inglaterra, foram fabricados também no Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro.


(Marcelle Pujol)

Fonte: Osorio/Coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarribia. - Porto Alegre: Nova Prova,2008.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Alguns Acontecimentos de 1808

A seguir, estão citados alguns dos principais acontecimentos (com relação principalmente a Portugal e ao Brasil) de 1808, ano em que o Marechal Osório nasceu:

- 22 de janeiro - Invasões Francesas: A família real portuguesa dos Braganças chega ao Brasil, aportando em Salvador, Bahia, concluindo a fuga de Portugal, invadido pelo exército francês.
- 15 de fevereiro - Invasões Francesas: A fortaleza de Pamplona, capital de Navarra, é ocupada pelo exército francês.
- 16 de fevereiro - Invasões Francesas: França invade a Espanha.
- 7 de março - Chegada da Família Real portuguesa ao Rio de Janeiro.
- 1 de Maio - Erupção vulcânica na ilha de São Jorge, Açores.
- 3 de maio - Invasões Francesas: Espanha é ocupada pelos exércitos de Napoleão. A execução de um grupo de revoltosos madrilenses é retratada por Francisco Goya, no quadro "O Três de Maio".
- 10 de maio - Brasil - Criação da Intendência-Geral de Polícia, precursora da Polícia Civil, através de Alvará Régio.
- 21 de agosto - Batalha do Vimeiro da Guerra Peninsular.
- 23 de agosto - A cidade de Porto Alegre é oficialmente criada, desmembrando-se de Viamão.
- 10 de setembro - Começa a circular o primeiro jornal impresso no Brasil: a Gazeta do Rio de Janeiro.
- 12 de outubro - Criação do Banco do Brasil por Dom João VI.
- 16 de outubro - Sagração da Sé Catedral de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores.


Esses fatos ocorridos foram decisivos e muito importantes para a época e para o momento atual, principalmente para o Brasil e Portugal. Eles interferiram direta ou indiretamente na história do nosso país, contribuindo para a formação da nação que é hoje.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Pertences de Osorio

Estes são alguns dos pertences de Osorio que estão presentes nas seguintes instituições:

-Memorial do Parque Osorio (Osorio/RS):
  • 11. Espada de Guerra;
  • 12. Cuida de Mate;

- Forte de Copacabana/ Museu do Exército (Rio/RJ):

  • 1. Álbum com estampa de Osorio;
  • 2. Pasta de Couro;
  • 3. Pintura do Coronel Osorio;
  • 4. Binóculo;
  • 5. Louçaria;
  • 6. Cuia de Chifre;
  • 8. Estribos de Prata;
  • 8. Boleadeiras de Marfim;
  • 8. Esporins Dourador;
  • 9. Pingalim com Prata;
  • 13. Faca prateada;
  • 14. Caixa de Charutos baianos e revólver com munição;
  • 15. Cuia de mate, pincel de barbear, peso alegórico e ponteira de mastro.

-Museu Conde de Linhares (Rio/RJ)

  • 7. Tilburi.

(Marcelle Pujol.)
Fonte: Osorio/Coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarribia. - Porto Alegre: Nova Prova,2008.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Homenagens

A linha do tempo que se segue, mostra de maneira prática, algumas das formas de agradecimento ao Marechal Osorio: medalhas, monumentos, parques, festas...






(Marcelle Pujol e Chamum)


O Monumento no Rio de Janeiro

Na praça XV,no Rio de Janeiro, fica o monumento ao General Manoel Luís Osorio, Marques do Herval e Patrono da Arma da Cavalaria,inaugurada em 1894.

A estátua, encomendada em 1887 a Rodolpho Bernadelli, foi fundida com o bronze dos canhões tomados durante a Guerra do Paraguai.

Em seu pedestal repousaram seus restos mortais até 1993, quando foram exumados e translalados para o parque histórico, que leva seu nome, no Rio Grande Do Sul. Nas laterais do pedestal,há dois baixos relevos que representam a batalha do Tuiuti e o ataque ao passo da pátria.

Muitos estranham estar o general,a cavalo,calçando sapatos e não as tadicionais botas dos cavalarianos. A este respeito, esclarecia Bernardelli, que Osório, depois dos frimentos das batalhas citadas, não pode calçar as botas razão pela qual usava sapatos.




Foto da inauguração da estátua eqüestre de Osorio na Praça XV, rio, 12 de novembro de 1894.


(Angélica)

O Monumento em Porto Alegre


Além do monumento feito no Rio de Janeiro, há também um outro erguido em Porto Alegre. Localizada na Praça da Alfândega, no centro da cidade, a estátua foi feita no Rio de Janeiro pelo escultor Hildegardo Leão Velloso, em 1929, como homenagem do Exército Brasileiro ao Patrono da Cavalaria. Inaugurada em 7 de agosto de 1933, a estátua foi derrubada por um vendaval em 1966 e em seguida foi restaurada.




-Lança de Guerra



-Lança de Honra

Um amante da poesia...

Além ter sido o mais notável militar brasileiro, político e simpático ao republicanismo, Manoel Luis Osorio foi, também, um grande amante da poesia. Poucos de seus poemas são conhecidos, mas sabe-se que o Marechal utilizava uma linguagem simples, diferentemente do costume de sua época.


Como viverei sem ti

"Desde esse fatal momento
Que a tua vista perdi
Abismado na tristeza
Como viverei sem ti?

Cuidados consumidores,
Só no meu peito senti
Se só com o ver-te me alegro
Como viverei sem ti?

Quanta ausência custaria
Certamente não previ
Hoje por ti suspirando
Como viverei sem ti?

Como esposa amante e terna
Sempre teus passos segui
Hoje a longa distância
Como viverei sem ti?"


Este primeiro encontra-se no arquivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sem assinatura. Mas, provavelmente foi escrito pelo General Osório após o falecimento de sua esposa a 4 de novembro de 1869.

Nada do que vejo quero

"Mostrou-me a fortuna abertas
As portas dos seus tesouros;
Mostrou-me palmas e louros;
Fez-me mil milhões de ofertas:
_Fortuna, tu não acertas!(Lhe respondo em tom severo)
_Os dons que do céu espero
Tu não podes me dar;
Torna as portas a fechar;
Nada do que vejo quero."



(Marcelle Pujol)
Fonte:
Comunidade Manuel Luis Osorio - Orkut : http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=53213697
- Osório - Síntese de Seu Perfil Histórico (J.B. Magalhães)

FRASES DO GENERAL OSÓRIO

Algumas das mais famosas frases ditas pelo General:


‘’Soldados! É facil a missão de commandar homens livres; basta mostrar-lhes o caminho do dever.”

– Que impressão sente v. exc. ao entrar em combate, perguntaram-lhe de uma feita.”Ao avistar o inimigo, enthusiasmo; ao primeiro choque, medo; ao derotal-o, pena.”

– General, retire-se; póde ser ferido.”Não te afflijas, camarada: as balas não fazem caso de mim.”


–“Quero a ordem e a liberdade, mas quando esta perigar, minha espada estará pronta para defendê-la. As dificuldades não me quebrantam o ânimo”.

–“Ainda uma vez mostremos que as legiões brasileiras, no Prata, só combatem o despotismo, confraternizando com os povos”.

–“Deve-se, antes de tudo, servir à Pátria, qualquer que seja seu governo”.

–“A data mais feliz da minha vida seria aquela em que dessem a notícia de que os povos civilizados festejam sua confraternização queimando seus arsenais”.

–“O bom soldado sabe aproveitar o tempo. A guerra não se faz com ofícios, dúvidas e consultas”.

–“A farda não abafa o cidadão no peito do soldado”.

–“Ser-me-á mais fácil morrer do que assinar uma parte dando ao meu governo a notícia de uma derrota”.

–“A força moral do soldado aumenta quando é bem comandado”.

–“Quem escreve, deve fazê-lo pela Pátria”.

–“Nunca se deve descuidar de manter a capacidade de movimento de um Exército e, muito menos, enfraquecê-lo na sua Cavalaria”.


Fontes:
1.Correio do Povo, 10 maio de 2008.
Disponível em: <http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp> Acesso 20 jul.2008.
2.Osorio: Uma vida pelo Brasil/ Beatriz, Elizabeth e Ruyter C. Ribeiro - Rio de Janeiro : Zit, 2008.
Vicente e Alexandre.

Uma Trajetória Exemplar

Osorio foi um militar de muita bravura e coragem. Participou de inúmeras guerras em defesa de sua pátria, as quais lutou e demostrou ser um verdadeiro comandante de batalha... Essa audacidade não foi à toa: desde criança, demonstrava muito interesse sobre as campanhas militares de seu pai.

Com apenas 15 anos incompletos, em 01 de maio de 1823, assentou praça na Cavalaria da Legião de São Paulo e acompanhou o regimento de seu pai na luta contra as tropas portuguesas do Brigadeiro Dom Álvaro da Costa, que estavam estacionas na Cisplatina e não aceitavam a independência do Brasil. Sua primeira batalha foi nos arredores de Montevidéu, no dia 13 de maio do mesmo ano, contra a cavalaria portuguesa.

Em 12 de outubro de 1825, já como Alferes ( Aspirante-a-Oficial ), junto ao arroio de Sarandi – sob o comando de Bento Manuel, Osorio combateu os orientais e destacou-se por salvar a vida de seu comandante. Esse feito levou Bento Manuel a legar-lhe sua lança.
Batalha de Sarandi

Tropa embarcando do Rio para Montevidéu.
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No início de 1827, agora major, o oficial continua em campanha na região de Santana do Livramente. Em 20 de fevereiro, na batalha de Passo do Rosário, seus lanceiros foram o único corpo de tropa brasileira que não foi desbratado durante a batalha. Em outubro deste ano, foi promovido a tenente e participou das convenções de paz e reconhecimento da independência do Uruguai.

Em 1865, irrompia na província gaúcha a Guerra dos Farrapos, caracterizada por agitações separatistas e que por dez anos ameaçou a unidade do Império. O Tenente Osorio estava servindo em Vila Bagé nesta época. Lá se casou com a Sra Francisca Fagundes e teve como padrinho Emílio Mallet, que lutaria a seu lado na Campanha da Tríplice Aliança mais tarde.

Entre os anos de 1835 e 1845,Osorio teve ativa participação na revolução Farroupilha, sendo sempre fiel à integridade do Império. Foi promovido a Tenente-Coronel no transcorrer da Guerra, auxiliando Caxias na feitura da paz ansiada, em 25 de fevereiro de 1845.

Finda a Guerra dos Farrapos, o Imperador D.Pedro II decidira visitar a Província a fim de consolidar a paz firmada. Com isso, Caxias confiou ao Tenente-Coronel a delicada missão: “o 2º Regimento, reorganizado e adestrado pelo próprio Osorio, escoltar o Imperador através da campanha, desde a Vila de Cachoeira até São Gabriel, na ida e na volta”. O garbo dos cavalarianos, disciplinados e impecáveis no cumprimento da honrosa missão, impressionou a Dom Pedro.

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Teatro de Operações da Guerra Farroupilha.

Após a vitória na batalha de Monte Caseros, nos subúrbios de Buenos Aires, Osorio torna-se símbolo da vitória e é promovido a Coronel,no campo de batalha, por merecimento, em 03 de março de 1852.

O 2º Regimento de Cavalaria no aproveitamento do êxito em Monte Caser

No início de 1855, foi nomeado a comandar a fronteira de São Borja. Além disso, foi promovio a Brigadeiro-graduado no ano de 1856, logo depois foi incumbido de organizar uma expedição para descobrir ricos ervais, entre os rios Pindaí e Sebolati, no Alto-Uruguai. Recebeu mais tarde o título nobiliárquico Marquês do Herval.

Região de Erval Explorada no comando de Osorio.
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Em 8 de julho de 1865, após assumir o comando e de ter reorganizado o 1º Corpo do Exército Brasileiro, Osorio foi promovido a Brigadeiro-de-Campo e participou da Rendição de Uruguaina, juntamente com Dom Pedro, Caxias e outros oficiais-generais.

No início de 1866, juntamente a Tamandaré, Osorio estuda como atravessar o Rio Paraná e, no dia 16 de abril, a tropa brasileira (composta por mil homens) realiza a passagem no local conhecido como Passo da Pátria, onde é o primeiro a pisar no solo inimigo. Prosseguindo em solo inimigo, enfrentou e vivenciou os seguintes combates e eventos importantes:

  • 2 de maio de 1866: Combate de Estero Belaco – uma depressão de terreno, pela qual se unem as águas do rio Paraná e Paraguai.
  • 24 de maio de 1866: Batalha de Tuiuti. Maior combate travado na América do Sul, onde registrou na Ordem do Dia nº 56: “A glória é a mais preciosa recompensa dos bravos.”
  • 01 de junho de 1867: Osorio é promovido a Tenente-General, penúltimo posto da hierarquia militar da época. A 25 de julho, ocupou a Fortaleza de Humaitá e substituiu a bandeira abandonada pela bandeira brasileira, instalando ali a sede do 3º corpo do Exército e sua nova base de operações.

Estado-Maior do 3º Corpo de Exército (1867).


De pé, Alferes João Carlos da Rocha Osorio, Tenente Manoel Luiz da Rocha Osorio (ambos irmãos do Coronel Pedro Luiz da Rocha Osorio, de Pelotas), Tenente Francisco Osorio Torres; sentandos Coronel Antonio Jacinto Pereira Junior, General Osorio, Capitão Manoel Jacintho Osorio, Comandante do Estado-Maior do 3º Corpo do Exército.

  • 11 de dezembro de 1867: Na Batalha do Avaí, Osorio foi ferido na face, fraturando o maxilar e nesta ocasião disse: “Coragem, camaradas! Acabem com este resto.”

No Corte do Avaí - Acervo do 3º Regimento de Cavalaria.

  • 22 de dezembro de 1868: a convite, Osorio assumiu, em 6 de junho, o comando do 1º Corpo do Exército, estacionado em Piraju, para dar início à Campanha das Cordilheiras.
  • 12 de agosto de 1868: à frente do seu 1º Corpo de Exército, capturou a praça forte Peribebuí.

Forçado pela piora de sua saúde, Osorio deixou, no dia 24 de novembro de 1868, por definitivo a campanha e quando retornava, recebeu a notícia do falecimento de sua esposa.

Em 5 de agosto de 1871, Deodoro, um dos que constantemente estiveram ao seu lado nos campos de batalha, entregou-lhe, solenemente, em Porto Alegre, custosa espada de horna, cinzelada em ouro e ornada de brilhantes. Em sua lâmina de fina aço, estavam gravadas as batalhas e combates em que heroicamente se empenhara.

A 11 de janeiro de 1877, foi escolhido pela Princesa Isabel para Senador do Império pela Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Em 2 de junho deste mesmo ano, foi lhe outorgada a patente de Marechal-de-Exército Graduado, posto máximo no Exército da época.

No dia 4 de outubro de 1879, aos 71 anos de idade, faleceu. “ Perdia o Brasil, naquele momento, um soldado de trajetória cívico-militar exemplar. Extinguia-se uma das mais valiosas existências, símbolo de um povo, síntese de uma época.” .



Bibliografias utilizadas:
1.General Osorio 200 anos - Uma Trajetória Exemplar de Soldado. Publicação especial do Centro de Comunicação Social do Exército - CCOMSEx.
2.Osorio/Coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarribia. - Porto Alegre: Nova Prova,2008.



(Marcelle Pujol)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Uniformes de Osorio

Estes são alguns dos uniformes que Manuel Luis Osório
utilizou durante a sua carreira militar:


MARECHAL OSORIO (Grande Uniforme - 1877)


CORONEL OSORIO (Grande Uniforme, 2º RCL - 1852)

TENENTE OSORIO (Grande Uniforme, 5º RC - 1831)

Vicente - 80710/28