Alguns episódios da vida de Osorio transparcem sua humilde e forte personalidade, certamente decisivas para tornar-se um dos maiores militares da história do Exército Brasleiro.
- -"No Paraguai, seus oficiais, para obsequiá-lo, no dia do seu aniversário, prepararam um almoço melhorado. Entre os convidados achou-se o Dr. Arsênio, médico e bom poeta, o qual recitou à sobremesa poesias suas.
Osório brindou-o e concluiu com os seguintes versos:
"Pela Pátria em pátria alheia
Sofrendo a dor da saudade,
É desta dor lenitivo
Dos amigos a amizade." - -"Uma moça perguntou a Osório no que consistia o segredo de sua bravura, ao que o General respondeu:
- Eu fui valente por medo.
- Medo?
- Sim, tinha medo de que minhas patrícias bonitas não me recebessem bem, se eu me portasse mal nas batalhas." - -"Osório tinha poucos dias de Ministro quando um oficial do Exército lhe foi fazer um pedido, dizendo-lhe que tudo ia mal:
-Sim, vai tudo mal, não há dúvida, vai tudo tão mal que já me agarraram para Ministro." - "Os Ministros aguardavam na sala de despachos, em pé, horas a fio. Osório foi a despacho, quando feito Ministro da Guerra em 1878. Não suportando isto, retirou-se antes de começar o despacho, declarando que lá não voltaria enquanto não lhe dessem comodidades a que tinha direito, como enfermo e pela posição que ocupava."
- "Certa vez, tendo escurecido, o Imperador mandou chamar um criado para acender os candelabros a vela. Este demorou muito.Osório levantou-se, puxou do bolso uma caixa de fósforos e foi calmamente acender as velas."
- "Um dos membros do Ministério Sinimbu, no qual Osório superintendia a pasta da guerra, sempre que se levantava em debate uma questão que exigia cada qual assumisse suas responsabilidades, ausentava-se da sala de despachos. Fugia.
Belo dia o Imperador notou o fato e trocou um olhar de soslaio com Osório. A resposta não se fez esperar, não num simples olhar, mas em voz alta:
- Na Guerra do Paraguai tive uma besta tão esperta que disparava sempre que ouvia tocar a encilhar...Foi-se por terra a esperteza do hábil político..." - "Um dia, em Conselho, ele apresentou à assinatura do Imperador um decreto promovendo certo Capitão a Major.
- O Senhor conhece bem este oficial? - perguntou-lhe o Monarca.
- Se o não conhecesse não proporia a sua promoção: é um oficial distintíssimo e tem todo direito ao quarto galão.
- Pois sim, mas... deixemos este decreto para o despacho seguinte.
No despacho seguinte reproduziu-se a mesma cena. O Imperador adiou a promoção, e a mesma coisa no outro, e em mais outro despacho, fazendo o Imperador a Osório sempre a mesma pergunta:
-O Senhor conhece bem este oficial?
No quinto despacho, Osório, impacientando-se, perguntou-lhe a seu turno se ele conhecia o tal Capitão.
- Nada sei que o desabone, acrescentou o Ministro, mas pode ser que V.M. tenha sabido coisas que não vieram a meu conhecimento.
O Imperador, como de costume, coçou o queixo com o lápis fatídico e mastigou:
- Estou informado... sim... de que esse oficial... gosta muito...
- Do que?
- De... mulheres...
- Oh! E é pro isso que V.M. não o quer promover? Nesse caso, Imperial Senhor, eu, que sou Marechal do Exército, não deveria ser nem um simples anspeçada!
O Imperador ficou vermelho como um lacre, e assinou a promoção."
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